Derivada da Paisagem - Tempo Pendular


Tempo Pendular
sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1998
© Rui Aguiar


Tempo Pendular
sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1997
© Rui Aguiar

Alfa e xis em função do tempo
sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1998
© Rui Aguiar


untitled
sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1998
© Rui Aguiar


Derivada da Paisagem 
sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1998
© Rui Aguiar


Tempo Pendular

sanded acrylic on canvas - 89 x 116 cm - year 1998
© Rui Aguiar


Derivada da Paisagem 2
sanded acrylic on canvas - 85 x 105 cm - year 1994.
© Rui Aguiar


alfa e x 2º derivada da paisagem em ordem ao tempo
acrilico areado s/tela, diptico 258x780 cm, 1994
© Rui Aguiar


Pinturas onde se reconhece conceitos inovadores que informaram o discurso poético e estético do artista ao longo da sua vasta carreia tais como a pintura matérica, as colagens, a utilização de materiais reciclados, os símbolos prosaicos como o X e o Alfa, o despojamento, e a simbiose entre a paisagem natural e a intimidade humana. A paisagem como grande organizador mental da composição pictural, espaço no qual a figura humana se funde, não se destaca como acontece por exemplo na arte Renascentista, e a paisagem como um espaço em função do tempo são um dos temas sobre o qual Rui Aguiar investiga, liberta a mente e pinta na década de 90.


"O pintor considera que a paisagem tem vocação para a atemporalidade, o perene, a figura tem vocação para a temporalidade e estabelecer a sua relação em termos de espaço-tempo permite abordagens relacionáveis com a geometria e a cinemática e visualizações que convenhem  à sua abordagem em pintura.

A noção de derivada é a noção de variação (medida da…); a primeira derivada (do espaço em função do tempo) dá a velocidade a segunda dá a aceleração.

Como encontrar e fixar as variações da paisagem em relação à figura?

Se traduzirmos para a trigonometria geométrica cada derivada corresponde a uma rotação de 90º; assim as primeiras derivadas da paisagem conduziriam da horizontal para a vertical e a segunda de novo à horizontalidade “de pernas para o ar”.

A paisagem em função da figura pressupõe um “observador” (interno ou externo ao quadro), é diante desta “figura” que a paisagem evolui, deriva, roda neste caso. É a figura que permite introduzir o tempo na paisagem. 

Sublinhe-se o enquadramento destes aspectos no plano cultural - do Cristianismo, segundo Pernes. Foi no plano da verticalidade da figura que o homem se salvou subindo ao céu! A plenitude, o êxtase está na verticalidade. No mundo oriental, a salvação é a fusão com a natureza. A rotação evoca o círculo, que obviamente simboliza o divino, remetendo as duas vias: a figura deitada que se funde na natureza, a figura em ascendência que se dissolve, transcendendo a sua natureza.

A figura e a paisagem são a memória, a interioridade. A memória é o registo do eu pessoal. A memória é visual, a memória é auditiva, a memória é de todos os sentidos." LAMBERT, Fátima 2000